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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fraturas de clavícula no motociclismo

No motociclismo competitivo as maiores incidências de traumas ocorrem nos membros superiores principalmente na região da cintura escapular onde a fratura de clavícula e a luxação acrômio clavicular aparecem como sendo as lesões mais freqüentes. O Motocross e o Enduro são as modalidades com maior índice de ocorrências seguidas de perto pela Motovelocidade.

A clavícula, associada à escápula, compõe a cintura escapular, que conecta o membro superior ao esqueleto. A cintura escapular articula-se com o esterno e com o membro superior sendo que possui grande mobilidade, para atender às necessidades de movimento do braço. A clavícula tem o formato de um S esticado quando vista por cima e suas principais funções são atuar como suporte na manutenção do membro superior livre do tronco, de forma que haja máxima liberdade de ação; fornecer fixações para os músculos; transmitir forças do membro superior para o esqueleto axial; fornecer proteção para estruturas Neurovasculares (vasos e plexo braquial); auxílio na função respiratória; e estética.

A clavícula esta seguramente fixada em suas extremidades distal e proximal através de ligamentos que são importantes para a dinâmica dos movimentos realizados pela cintura escapular. Com a finalidade de se classificar os tipos de fraturas que acometem a clavícula ela foi dividida anatomicamente em três partes; o terço proximal, o terço médio e o terço distal. O terço proximal se localiza na extremidade que se articula com o esterno no tórax (articulação esternoclavicular); o terço distal na extremidade que se articula com o acrômio (articulação acromioclavicular); e o terço médio é a região central da clavícula.

Fraturas

As fraturas de clavículas são classificadas de acordo com o local que ocorrem e também com o tipo de desvio que os fragmentos podem apresentar. As fraturas do terço médio são as mais freqüentes (80%), seguidas pelas do terço distal (15%) e por último a do terço proximal (5%). O mecanismo de lesão das fraturas de clavículas em adultos consiste em 90% dos casos de trauma direto no ombro sendo que os 10% restantes são ocasionados por traumas indiretos.

A fratura de clavícula em um adulto pode ser fácil de ser diagnosticada, principalmente se forem do terço médio e apresentarem desvios. Usualmente existe uma história definida de alguma forma de lesão direta ou indireta ao ombro. A deformação da clavícula pode ser óbvia, o fragmento proximal desloca-se para cima e para trás tencionando a pele. O piloto usualmente apresenta-se apoiando a extremidade envolvida contra o corpo, pois qualquer movimento provoca dor.

Embora inicialmente a deformidade possa apresentar-se evidente, com o passar do tempo devido ao inchaço agudo dos tecidos moles e hemorragia a mesma pode passar despercebida. Em uma fratura próxima às estruturas ligamentares (articulações acromioclavicular e esternoclaviculares) a deformidade poderá imitar uma lesão puramente ligamentar como a luxação acrômio clavicular que é outra lesão muito freqüente no motociclismo.


Tratamento

Em geral o tratamento para as fraturas de clavícula, principalmente as do terço médio, são não cirúrgicos com resultados excelentes, porem o método exato de tratamento depende de indivíduo para indivíduo além de fatores como idade do paciente, condição médica que o mesmo se apresenta, localização da fratura e lesões associadas. O objetivo do tratamento é alcançar a consolidação óssea com mínima morbidade, perda de função e deformidade residual. As fraturas distais, por causa das forças deformantes e alta incidência de não consolidação (pseudoartrose) são quase sempre tratadas com cirurgia onde a fratura é estabilizada ou com pino intramedular ou algum método de fixação dinâmica para aproximar os fragmentos.

Outras indicações para o tratamento cirúrgico são:
- Quando a deformidade dos fragmentos pode levar ou ocasionou trauma neurovascular.
- Interposição de partes moles ou fragmento intermediário rodado.
- Fraturas expostas.
- Quando houver deformidade grave após consolidação da fratura.
- Alguns pacientes com politraumatismo.
- Fraturas Bilaterais.
- Pseudoartroses (não consolidação da fratura).
 
Para o tratamento não cirúrgico são utilizados meios de imobilização que podem ser agrupados em:
- Suporte simples para o braço. Utiliza-se uma tipóia ou imobilização tipo Velpeau, sem tentativa de manter a redução da clavícula, desde que se assegure do posicionamento satisfatório do osso, de forma a permitir a consolidação. Mais indicado para fraturas incompletas de clavícula ou fratura completas com pequeno desvio.
- Redução fechada. Este é o método conservador mais utilizado, onde através de uma imobilização em oito com bandagem tenta-se manter e segurar a redução trazendo o fragmento distal para cima e para trás.

A posição que mantém a fratura reduzida é incomoda para o paciente e pode provocar sintomas inclusive de compressão neurovascular. Este tipo de imobilização requer acompanhamento constante para se avaliar a integridade da mesma e os resultados quanto o alinhamento da fratura. O ortopedista pode eventualmente realizar, com ajuda de anestésico local, o alinhamento da fratura manipulando os ombros com movimentos para cima, para fora e para trás.

A imobilização deverá ser mantida por seis a oito semanas sendo que o uso do membro afetado deva ser limitado até a consolidação clínica seja observada. Para os pilotos não se recomenda à volta da prática de pilotagem por ao menos seis semanas após a consolidação radiográfica e clínica e sem antes também realizar uma recuperação funcional com fisioterapia.
 
Na minha experiência com pilotos profissionais de motocross e motovelocidade, as fraturas de clavícula onde utilizei o tratamento conservador com bandagem em oito, evoluíram bem com consolidação plena. A grande dificuldade na realidade foi manter os pilotos inativos por tanto tempo, alguns iniciaram a atividade física antes da liberação clínica e radiológica, mas não houve complicações, porém nestes casos os riscos de refratura e pseudoartrose são maiores que o normal. Em um caso de fratura de terço médio de clavícula de uma atleta de motovelocidade indiquei o tratamento cirúrgico sendo que foi utilizada uma placa com parafusos para estabilização dos fragmentos. A fratura consolidou e a atleta pode voltar para atividade de pilotagem após três semanas.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Motocross x Enduro x Rali PREPARAÇÃO FÍSICA

Em 2005, o médico e fisiologista italiano Alberto Gobbi e sua equipe, publicaram um importante artigo científico, em uma conceituada revista de medicina esportiva, sobre as características fisiológicas que envolviam essas três modalidades do motociclismo off road. O autor reuniu pilotos de elite das três modalidades e avaliou a gordura corporal, capacidade aeróbia máxima, média de frequência cardíaca nas provas, força e concentrações de ácido láctico dos mesmos.

Resumidamente os resultados foram os seguintes:

1- Com relação a gordura corporal, os pilotos de enduro apresentavam uma quantidade menor do que os atletas de motocross e menor ainda dos de rali.
2- A potência aeróbia máxima, que é a máxima capacidade de absorver, transportar e utilizar o oxigênio, se mostrou significativamente maior para os pilotos de motocross em relação aos outros.
3- A média de frequência cardíaca atingida foi bem próxima da máxima, também comprovada em trabalho que realizei em 2003 com pliotos brasileiros, foi maior no motocross em relação ao enduro e o rali, demonstrando que existe uma alta sobrecarga cardíaca durante as provas.
4- A força, uma das qualidades físicas mais importante para o motociclismo off road, mais uma vez mostrou resultados superiores para os pilotos de motocross em relação aos outros. Na força de preensão de mãos, um teste específico para este seguimento, não houve diferença entre os pilotos somente para a mão esquerda.
5- O ácido láctico, importante composto orgânico que utilizamos para sabermos sobre limitações e a intensidade do exercício, mostrou o motocross como uma modalidade de alta produção, bem maior do que o enduro e o rali.

Contudo, comprovado através de evidência cientifica, as diferenças entre as modalidades existem e precisam ser treinadas de forma diferenciada e específica. Tempo de prova, tipo de pista, características do regulamento, modelo da moto; tudo isto faz com que todo o trabalho físico e técnico deva ser diferente e obrigatoriamente adaptado as condições da competição. Qualidades físicas como resistência aeróbia e anaeróbia, força dinâmica e estática, flexibildade e agilidade, entre outras, necessitam ser trabalhadas de forma diferente para se atingir o condicionamento desejado. Características psicológicas importantíssimas para o esporte motorizado como concentração, controle do estresse, relaxamento; também se diferenciam nestas modalidades. Alimentação e hidratação fundamentais para o melhor rendimento, também se diferenciam principalmente para as corridas de longa duração. Uma boa programação de treinamento físico, técnico e psicológico, observando-se as competições alvo e focando o objetivo do trabalho, levará o piloto a desempenhos acima da média nas pistas.

Bom Treino!!

domingo, 7 de novembro de 2010

Pilotos de fim de semana

“Ando de moto no fim de semana e participo de algumas corridas para me divertir um pouco”. 


Acredito que esta seja a frase que mais ouvimos dos pilotos de motocross no Brasil atualmente. A prática de esportes, ainda que seja esporádica, deve ser incentivada mas sempre com cuidado. Os ”treinos” ou competições realizados pelos pilotos apenas aos finais de semana, são do ponto de vista de alívio do estresse do dia a dia, uma excelente terapia e não devem, ser desestimulados. Por outro lado, é importante salientar e alertar dos possíveis ”riscos” à saúde que esta situação pode provocar.


É melhor avaliar estes riscos com o objetivo de eliminá-los afim de garantir a prática tranqüila, evitando assim possíveis lesões músculo articulares ou mesmo cardiovasculares. Quando o piloto está se divertindo na pista e muitas vezes “acelerando forte” com seus colegas, a atividade por si só pode lesionar grupos musculares importantes e também desencadear uma ocorrência para uma possível manifestação de doença desconhecida, podendo até ser fatal. Pilotos que só treinam nos fins de semana deveriam obrigatoriamente prevenir-se para não estragar estes momentos de lazer. 


Pensando nisso, procurei listar algumas orientações e dicas para aqueles que só praticam nos fins de semana: 


1. Conheça o seu corpo realizando uma avaliação física e médica afim de saber a real condição física que você tem. Mesmo que não sinta nada! Avalie as antigas lesões. Recupere-se totalmente antes de voltar a pilotar. Não pilote machucado!!! 


2. Se você acha que apenas “treinar” nos fins de semana é suficiente, está muito enganado. A prática regular de atividades físicas promove a melhora do condicionamento físico, melhor performance nas pistas e é o melhor caminho para a prática esportiva saudável. 


3. Manter um bom condicionamento físico garante a prevenção para as atividades intensas que a modalidade exige. O organismo normalmente não está apto para a alta intensidade que um treino de fim de semana exige. 


4. Procure sempre ir para o treino com algum colega, afim de estarem juntos para alguma emergência. 


5. Procure saber se existe algum serviço médico de emergência por perto. 


No mais, o que importa é se divertir com a sua moto e com seus amigos com segurança e tranqüilidade. Se estiver tudo bem e seguro, o esporte só irá acrescentar saúde física e mental proporcionando uma melhor qualidade de vida. 


Bom treino galera!!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Novos itens pro tork

O Kit Race da Pro Tork foi lançado recentemente e já é considerado um sucesso de vendas. Composto por calça, camisa, cotoveleira, joelheira, capacete, óculos, colete e bota, ele permite que o praticante do off road esteja pronto para encarar qualquer desafio com segurança e estilo. Segundo a empresa, trata-se de um pacote completo e com preço extremamente competitivo.
O conjunto calça e camisa chama a atenção por seu design inovador. As peças são confeccionadas em tecido de poliéster altamente resistente, contam com grafismos sublimados e tratamentos que garantem a absorção da transpiração. A calça ainda possui pads de borracha que não aderem ao barro, regulagem na cintura e forração que começa na cintura e vai até os pés, proporcionado caimento perfeito e maior mobilidade.
A cotoveleira e joelheira são fabricadas em plástico injetado e possuem elásticos com velcro para melhor ajuste, sendo que as áreas de proteção são mais abrangentes. O colete é altamente confortável, pois é produzido em material leve e resistente, tendo como diferencial o reforço nas costas. Já o capacete é injetado em ABS natural de alto impacto e conta com grafismo personalizado.
O óculos se destaca pelo sistema de ventilação otimizado, que evita o embaçamento. Seu elástico com silicone evita o que o óculos deslize no capacete durante a pilotagem e sua espuma dupla absorve a transpiração. A bota do Kit Race é desenvolvida em couro e componentes injetados, costura dupla no solado, biqueira removível em aço e fechamento com regulagem.
Todos os itens foram testados e aprovados por grandes nomes da Pro Tork Racing Team, como o atual líder do Campeonato Brasileiro de Motocross, o norte-americano Scott Simon, que já utiliza os produtos nas competições. "É um kit completo, muito confortável e seguro. Gostei muito do visual da calça e da camisa", afirma o piloto

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Pilotos: Homens X Mulheres

Cada vez mais verificamos a presença de mulheres em eventos esportivos, independente da modalidade. No motocross, segundo a Federação Paulista, temos ainda poucas meninas participando das competições. No cenário mundial, acabamos de ter notícias de uma etapa só com mulheres participando. Neste sentido, é importante colocar e questionar resumidamente as diferenças da capacidade física entre homens e mulheres causadas por diferenças fisiológicas.

Quando colocamos homens e mulheres para realizarem determinados esforços físicos, percebemos diferenças significativas nos resultados, fazendo com que os esportes devam separar a nível competitivo os dois sexos, afim de termos igualdade de condições físicas e biológicas para a competição. Para isto, diagnosticando as capacidades físicas inerentes ao motocross é importante identificar claramente as condições de um e de outro.

Considerando a variável força, que é bastante importante para a modalidade, as mulheres na fase adulta normalmente são mais fracas que os homens na porção superior do corpo e relativamente iguais aos homens na porção inferior em relação ao peso corporal. Isto em função de diferenças estruturais de fibras musculares de cada um e uma maior quantidade de massa muscular nos homens. No motocross há uma grande solicitação muscular de braços e pernas, principalmente quando diferenciamos o piloto profissional do amador. Segundo o instrutor Jorge Martin (GSMXS) pilotos profissionais com alto nível técnico normalmente utilizam-se de 70% o trabalho de pernas e 30% de braços, enquanto que amadores tendem a inverter este processo.

Com relação ao sistema cardiovascular, que é de vital importância para a modalidade, as mulheres apresentam um coração menor com um conseqüente volume sanguíneo menor. A capacidade aeróbia máxima é geralmente menor nas mulheres após a puberdade em função de uma maior quantidade de massa gorda em relação aos homens e por algumas variáveis cardiovasculares que afetam diretamente a performance (quantidade de hemoglobina, nível de condicionamento físico). Para o sistema respiratório em atletas de alto nível, as diferenças estão intimamente ligadas ao tamanho corporal de ambos os sexos.

Concluo dizendo que no motocross além de um bom equipamento para competir e a exigência de uma técnica apurada o condicionamento físico é fundamental para o sucesso nas pistas. Portanto fisiologicamente falando, quando me refiro à condição física, as mulheres adultas bem condicionadas levam desvantagem perante os homens quando competem lado a lado em uma mesma categoria, considerando que o motocross exige qualidades físicas onde os homens são fisicamente superiores. Por isso, se você é mulher e pratica o motocross, cuidado redobrado com a preparação física já que ainda são poucas as provas com categorias exclusivamente femininas!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

PAIXÃO SOBRE 2 RODAS

Pra quem gosta de comer terra e respirar poeira!! Tomar tombos e ficar cheio de lama! Mas acima de tudo sentir a potência em suas mãos e poder voar sobre 2 rodas !

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O MOTO CROSS

O motocross é uma das competições mais envolventes e emocionantes com motocicletas.
Este estilo de competição envolve motos envenenadas para enfrentar terrenos cheios de obstáculos naturais, como descidas, subidas e morros. Os pilotos se sujeitam a percursos fora de estrada em circuitos fechados.
As pistas tem aproximadamente 1500 metros, envolvendo totalmente os espectadores do esporte, por isso, esta modalidade é a mais popular entre os esportes envolvendo motocicletas.
As provas são divididas em baterias com tempo pré-determinado, dependendo do campeonato e categoria. É uma prova de resistência e conjunto.
Desde o surgimento do moto cross ocorreu uma grande evolução nas pistas e modelos de motocicletas, o motocross tem se tornado cada vez mais profissional, agressivo, radical e arrepiante.